O universo de um Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras é um fator de muitas dúvidas para dependentes químicos e suas famílias. Esse tema, muitas vezes, acaba por ser banalizado ou até mesmo estigmatizado. As instituições de tratamento e recuperação ainda trazem resquícios da sua história, são vistas ainda como um local negativo e acabam por trazer maior resistência ao tratamento precoce de muitos usuários de drogas. Esse fator, acaba prejudicando a saúde de muitos, podendo causar danos irreversíveis a parte física, psicológica e até mesmo na vida social.

A História dos dependentes químicos nos hospitais Psiquiátricos

A História dos dependentes químicos nos hospitais Psiquiátricos

Diferentemente de um Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras os usuários de drogas psicoativas eram internados, em grande parte, contra a sua própria vontade em Hospitais Psiquiátricos. Acreditavam que a única forma de tratamento seria por meio de internação fechada, em isolamento social e de longa permanência.

Podemos trazer como exemplo desse contexto, o hospital psiquiátrico Casa de Saúde Anchieta, na cidade de Santos. A instituição é considerada um dos piores modelos manicomiais, durante seus quase 30 anos de funcionamento era conhecida como a Casa dos Horrores, onde os pacientes eram submetidos a tratamentos de choque elétrico, espancamento e confinamento. O isolamento era realizado em condições sub humanas, em porões, cárceres, prisões e outros). Atitudes que vão contra os princípios dos Direitos Humanos, tema que se tornou polêmica e uma forma de protestar a essas condições com o passar dos anos.

As internações nos Manicômios

Diferentemente do Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras eram internadas todas as pessoas que fugiam aos padrões sociais. Todos aqueles que apresentavam problemas com depressão, alcoolismo, drogas e outras questões que não se adequavam ao moralismo social. Eram considerados loucos e assim, confinados nessas instituições sofriam violência física e psicológica e eram verdadeiramente dopados a diversos tipos de medicações, continuamente sem a menor necessidade.

Reforma Psiquiátrica

Em busca da inovação e da construção de um novo modelo capaz de acolher o paciente na compreensão do seu universo, no seu sofrimento mental, no tratamento de forma humanizada e não institucionalizada, a reforma psiquiátrica propunha a emancipação e a quebra de preconceitos em relação ao drogadito. Esse movimento inicial, ainda estava distante do que um Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras oferece nos dias de hoje. Mas, a intervenção na Casa de Saúde Anchieta na cidade de Santos, em 1989, foi pioneira nessa ação e por isso é considerada um marco na reviravolta da história da psiquiatria brasileira. Um novo rumo para projetos de integração familiar e usuários, a luta pelos seus direitos, assim como acolher e sustentar a ideia da quebra de preconceitos e à marginalização e associação a violência social a dependência química.

A Luta Antimanicomial

Para além dos hospícios e manicômios o objetivo era a luta pelos direitos das pessoas em sofrimento mental. A luta pela quebra do modelo assistencialista a um método de intervenção que preservasse a liberdade do sujeito. Sistema que no Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras é considerado como fator principal do tratamento. A autonomia do sujeito e os seus direitos preservados.

Lei 10.216/2001

Importante conhecer sobre os diferentes tipos de internação:

– Internação Voluntária: ocorre com o consentimento do usuário e deve ser assinada uma declaração pelo mesmo, no ato da admissão da sua internação.

– internação Involuntária: realizada sem o consentimento do usuário e a pedido dos familiares. Normalmente é solicitado por escrito ao médico psiquiatra. O caso deve ser comunicado ao Ministério Público com os reais motivos da internação, no prazo de até 72horas.

– Internação Compulsória: ocorre através da Justiça através de uma solicitação médica. Não é necessária a autorização familiar.

Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras

Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras

Considerando a Política Nacional de Saúde Mental de acordo com a Lei Lei 10.216/2001 de acordo com o Artigo 4, afirma que “a internação, em qualquer uma de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra hospitalares se mostrarem insuficientes”.

Diferentemente do contexto que as instituições apontaram o longo da história, o Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras aponta que:

– O tratamento forçado tem pouca probabilidade de aderência do usuário ao tratamento e a sua reabilitação, em grande parte, é prejudicada quando o dependente retorna ao convívio social. Esse, deve ser proativo frente ao tratamento, aumentando assim as suas chances de cura;

– Os profissionais que estão lidando com o acolhimento e tratamento do dependente químico, não tem o direito de julgar ou censurar o comportamento do usuário de drogas;

– O tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar, não sendo assumido apenas por médicos. O novo contexto de reabilitação considera tanto a saúde física quanto a mental, sendo assim necessário outros profissionais na área de atuação: psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais e outros que possam contribuir para esse processo de cura.

Esses avanços na história da reforma psiquiátrica a nova forma de atuação dos profissionais da saúde em um Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras apontaram quebra em alguns paradigmas, como o do dependente químico der um “louco que deve viver em isolamento. Porém, alguns fragmentos ainda são vividos nos dias de hoje, como a resistência de algumas famílias enfrentarem juntamente com o paciente a luta contra a dependência química. Muitas vezes, jogam a responsabilidade plena nas mãos de nossos profissionais. Mas, de haver uma conscientização de que a contribuição e o apoio emocional de um ente querido é fundamental para a recuperação.

De forma humanizada no tratamento, o Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras adota princípios que se preocupam com a saúde mental, com a reabilitação psicossocial, com projetos terapêuticos individualizados, de acordo com a necessidade de cada um.

Portas abertas

O Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos e Alcoólatras convida a todos os usuários de drogas dependentes/não dependentes e familiares a conhecerem a nossa instituição e profissionais. O paciente estará inserido em um ambiente onde a comunicação e a solidariedade caminharão juntas, onde quaisquer dúvidas poderão ser esclarecidas, prevalecendo a autonomia e o poder do paciente.