Muitas vezes, já foi citado em nossos artigos a importância do tratamento na dependência química, entretanto você já sabe como é o tratamento pós desintoxicação – porque a desintoxicação de drogas é apenas o primeiro passo? Para os que nunca ouviram, a doença do comportamento adictivo aliado ao consumo de substâncias psicoativas é uma doença que foi classificada como transtornos da mente apenas no ano de 2001. Foi justamente quando a OMS reuniu décadas de estudo sobre a dependência de substâncias e o impacto que elas geram tanto pra quem é o usuário, quanto para a família e a sociedade em questão.
Conforme aumenta o número de pessoas que são viciadas em substâncias, outros problemas sociais emergem rapidamente como o tráfico de drogas e a criminalidade. A epidemia de crack que os EUA enfrentaram na década de 80 até meados da década de 90, foi primordial para os estudos sociais e que posteriormente foram relatados como a drogadição e a sociedade estão interligados. Além do mais, nossa AcheAqui Blog detém diversas matérias interessantes falando sobre o processo da adicção, usuário, família e sociedade.
Todavia, vamos um adentrar em outro universo, o universo do tratamento. Primordialmente iremos já começar nosso texto dentro do ramo da internação, algo inédito em nossa página. É comum que algumas instituições dividirem o tratamento em 4 etapas sendo elas: desintoxicação, adesão ao tratamento, motivação e preparação para à saída da instituição, respectivamente.
Neste artigo, vamos dar prioridade ao pontapé inicial. Quando fala-se do tratamento pós desintoxicação – porque a desintoxicação de drogas é o primeiro passo, justamente atrela-se a ideia de adesão ao tratamento. A maior luta das instituições voluntárias ao tratamento é que a sanidade prevaleça, ao invés da abstinência, por isso a necessidade da medicação no início.
A dependência química é uma doença que particularmente é dolorosa. Ela causa dor tanto para a pessoa que é o usuário em questão, quanto aos demais que estão de fora vendo aquela situação que o mesmo se encontra. Para poder exemplificar a dor, demonstraremos onde ela atua em duas partes.
Uso Frenético
A rotina de um usuário de drogas frenético em síntese, é caótica. A vida, a rotina, os recursos vão em prol a substância de escolha. “Dor que gera e alimenta mais dor”, é a premissa básica. Supondo-se um usuário feroz de cocaína: ele usa, sente o prazer, passa o efeito, compra mais, sente novamente o prazer – porém em menor quantidade – , passa a sensação e começa novamente. É o famoso looping de uso ou looping de dor.
Desintoxicação
O cérebro humano é máquina orgânica mais inteligente de todas. Ele é responsável por regular o funcionamento do nosso organismo. Todavia ele interage com o ambiente e sua resposta, são os estímulos hormonais que ele descarrega dentro do organismo humano. Quando esses estímulos externos geram total sensação de conforto, felicidade e prazer, o cérebro entende que aquilo é bom para ele, mesmo que não seja bom para o conjunto do organismo todo. E quando esse estímulo externo não acontece, ele cobra do organismo a necessidade do mesmo. Desintoxica de algo, mas cobra o preço em abstinência.
Antes de falarmos do tratamento pós desintoxicação – porque a desintoxicação de drogas é apenas o primeiro passo – precisamos focar em como auxiliar o dependente no processo de desintoxicação. A briga acontece justamente nesse processo. O cérebro vai cobrar a necessidade da substância, e criará a sensação de desconforto que, por sua vez na maioria dos casos, faz com que o usuário recorra a substância novamente (recaída).
Para auxiliar as instituições e o dependente à vencer a desintoxicação, existem medicamentos prescritos que auxiliam nesse processo de maneira menos dolorosa e que ainda mantém a integridade mental do dependente químico, disfarçando a sensação de abstinência da substância o que faz com que o juízo, permaneça. Normalmente esses medicamentos, apesar de terem altas taxas de dependência, auxiliam no processo de desintoxicação, cessando a sensação da abstinência e deixando os indivíduos que estão em tratamento, calmos e relaxados. Segue alguns dos medicamentos mais utilizados no tratamento de pessoas adictas à substâncias ilícitas e de álcool:
Alprazolam, Clonazepam, Nitrazepam, Lorazepam, Citalopram
Topiramato, Hemitartarato de quetiapina, Quetiapina, Hemitartarato de Zolpidem, Hemitartarato de Rivastigmina
Tegretol, Risperidona, Fluoxetina, Duloxetina, Agomelatina, Lyrica*, Metadona, Modafinil
Desta maneira, fica mais fácil para o dependente enfrentar o processo de desintoxicação, além do estar com pleno juízo. Sendo assim as consequências da ativa surgem e, concomitantemente a sensação de impotência, de perda, de depressão. Portanto estar com baixa no processo de ansiedade auxilia na coesão dos pensamentos e justamente na adesão ao tratamento.
Essa pergunta, apesar de parecer ter uma resposta simples, envolve um grande processo reflexivo e tem diversas respostas positivas. Além do mais, se perguntar sobre a desintoxicação é o primeiro passo para muitas outras atitudes positivas que posteriormente estão descritas no processo de recuperação, mas a respostas são:
Um enfrentamento pessoal. Justamente porque o dependente consegue se “controlar” – mesmo que a base de medicamentos – e não reincide em processo de uso
Pleno juízo é quando a pessoa consegue ter uma lógica no pensamento e tomar atitudes pertinentes a essa lógica, não agindo impulsivamente
Adesão ao tratamento. Quando alguém se desintoxica, fica mais fácil das instituições diminuírem o uso de psicotrópicos no combate aos sintomas da abstinência
Muitos creem que quando a pessoa está dentro de uma instituição de recuperação, ao sair, ela saíra outra. Totalmente renovada e livre das dependências. Como já fui paciente de algumas instituições e autor deste artigo, vi a batalha que tanto os hospitais psiquiátricos quanto as clínicas de recuperação, enfrentam ao criar táticas para que os pacientes voluntários ao tratamento tenham a adesão ao mesmo. Portanto o tratamento pós desintoxicação – porque a desintoxicação de drogas é apenas o primeiro passo – necessita de uma efetividade clínica tanto por parte da instituição quanto por parte do paciente para que esse pontapé inicial seja dado.
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