Sempre que se fala em Tratamento para Dependência Química significa que estamos falando em um alto grau de complexidade e de cuidados especiais. Não é um contexto simples, trata-se de uma doença multicausal. Ou seja, não se refere apenas ao usuário e a droga em si, mas sim dessa pessoa inserida em um contexto muito mais amplo. A dependência química é uma doença que causa danos à saúde do próprio sujeito, provocando desgaste familiar e afastamento social. Ao longo desse artigo, serão esclarecidas as dúvidas mais recorrentes entre drogaditos e familiares:

O Tratamento para Dependência Química é de fácil adesão?

Tratamento para Dependência Química é de fácil adesão

Não. O índice de abandono ao tratamento é bastante elevado. São muitos os episódios de recaídas e retomadas, e é por isso que é tão importante o tratamento partir da decisão do usuário de substâncias psicotrópicas. São poucas as adesões, muitas vezes os familiares se consomem emocionalmente por querer que seu ente querido aceite o tratamento e muitas vezes, nessas recaídas, ocorrem muitos conflitos e o abandono da terapia por parte do usuário.

Como o familiar deve lidar com o dependente químico?

Estar ligado diretamente ao dependente químico não é um papel fácil de se assumir e enfrentar. Na verdade, não é somente o usuário da droga quem adoece, mas diria que a “família é quem está doente”. Por isso, é tão necessário que durante o Tratamento para Dependência Química os genitores ou seus próximos também buscarem por um suporte emocional para que saibam lidar com essas circunstâncias e se fortaleçam também psicologicamente. A família na falta da compreensão da situação, do comportamento do usuário e pelo amor ao querer “resgatar” essa pessoa das drogas, acaba por vezes se frustrando e cobrando de forma indevida gerando maiores atritos, podendo levar o dependente até mesmo ao caminho contrário, o do abandono ao tratamento.

Quais são os usuários de drogas que devem buscar pelo Tratamento para Dependência Química?

Dizem que “nem todo usuário necessita de tratamento”! Mas, veja bem, essa é uma linha tênue e complicada de se definir. De qual tratamento estamos falando? De desintoxicação? De uma nutrição especial? Ou de uma psicoterapia? Esses são só alguns exemplos para uma reflexão. A psicoterapia só serve para usuários de drogas? Não seria bom você desenvolver o seu autoconhecimento? Então, aqui já temos um ponto a se pensar… se promover a noção e a consciência de si mesmo é bom para qualquer ser humano que deseja evoluir de alguma forma, por que não para o usuário de drogas? Todo fenômeno tem uma causa… o que essa pessoa busca ao usar aquela substância psicoativa? Substituir suas emoções negativas por algo mais “prazeroso”? Ela necessita disso para dormir? Está passando por alguma ansiedade ou depressão? Então, seria bom ao menos uma investigação mais apropriada. Ter uma consciência maior de si mesmo e de seus propósitos. Nem todo usuário é dependente, mas a busca tardia pela sua recuperação pode gerar danos irreversíveis.

  • Além do tratamento convencional em clínicas particulares e serviços públicos, que outras alternativas existem para contribuir para a recuperação do indivíduo nessa dependência?

Existem outros serviços que complementam o convencional Tratamento para Dependência Química, como grupos de família, por exemplo, onde essa troca pelas mesmas experiências e testemunhos de suas histórias, contribuem muito para o fortalecimento de todos os membros integrantes. Mas, há uma série de outras atividades que também podem favorecer, como a prática de atividades esportivas, culturais, de lazer, espirituais… é muito importante que o usuário seja acompanhado por um amigo ou familiar, pelo menos no início dessas atividades, não gerando a dependência, mas como um meio de incentivá-lo e dar apoio.

Como são os efeitos das drogas no organismo?

Os efeitos das drogas são reações do organismo quando o indivíduo inala, engole ou injeta. São ações químicas provocadas no corpo. Esses efeitos dependerão do tipo da droga utilizada, mas também da forma como a pessoa está naquele determinado momento. O indivíduo eufórico reage diferentemente do depressivo. Acontece também, de uma mesma droga produzir uma reação emocional diferente daquela em que a pessoa está acostumada a sentir. Pode em algum determinado momento gerar uma sensação desagradável devido ao estado emocional ou como está se sentindo naquele momento. É quando existe a gíria “bateu uma bad”, a bad-trip.

O que leva o usuário para buscar o Tratamento para Dependência Química?

O dependente quando busca a sua recuperação já é algo positivo acontecendo, até a sua tomada de decisão. Primeiramente existe a vontade de mudar o seu comportamento, ele percebe que algo ali não vai bem e até pode relutar até o momento da tomada de decisão e prontidão frente a terapia. Todo processo que tira o indivíduo da zona de conforto é sofrido e requer persistência e dedicação. E essa é uma busca que exige muitas mudanças, que envolve toda a parte fisiológica do organismo da pessoa, efeitos colaterais, conflitos emocionais e o que muitas vezes é difícil é mudar o estilo de vida. Traçar novas metas, planos e até mesmo voltar a sonhar. São desejos que estão latentes e para realiza-los reivindica muitas coisas. Mas, existem aqueles que estão ali no tratamento pelos familiares e amigos e não percebem a necessidade de uma mudança comportamental, não percebem os problemas que vem desencadeando no dia a dia.

E como é o Tratamento para Dependência Química?

Essa é uma das perguntas mais comuns que se tem. Porém, a resposta não é fechada, pronta, pois não sabemos com quem estamos lidando. Primeiramente devemos entender a situação em que o paciente se encontra. O tratamento deve ser individualizado e de acordo com o estágio de dependência em que se encontra. Muitos já usam drogas desde a adolescência e vem buscar por ajuda já em uma fase da vida bem mais avançada. É importante contextualizar o sujeito, entender as suas dificuldades, seu estado de saúde física e mental. Pra cada tipo de uso de drogas, também há um tratamento diferente.

Quais são os seus principais conselhos para quem busca uma recuperação do quadro de dependência química?

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O estado mental influencia muito nessa recuperação. É necessário a pessoa se ocupar com uma atividade de lazer que tenha prazer; buscar por hábitos mais saudáveis, desde uma alimentação, uma caminhada diária, entre tantas outras coisas. Lembrando que o diálogo aberto com a família fortalece muito esse laço para o enfrentamento dos momentos mais difíceis durante a abstinência.

A principal atitude para vencer o Tratamento para Dependência Química é prosseguir com foco em cada ação bem sucedida e não olhar para os momentos de recaídas. Aos poucos, a necessidade de consumir as drogas irão recair até o término desse processo.