É complicado falar sobre dependência química para algumas pessoas justamente por ainda ser um taboo, entretanto é mais difícil ainda falar sobre a reversão de overdose em opióides dentro de um contexto médico e de adicção. Muitas pessoas ainda vêem a dependência química como algo marginalizado e como consequência, adentrar no assunto pode ser algo tenso para algumas famílias.
No entanto, com as mudanças de políticas públicas implementadas pelo governo brasileiro e com a trajetória evolutiva do termo doença do comportamento adictivo ao longo desses 19 anos, os centros de atenção psicossociais e as campanhas propostas pelo SUS ajudaram a reduzir a questão da marginalização da dependência química e colocaram a mesma como uma prioridade a ser discutida
Como autor de da maioria dos textos do AcheAqui Blog e por ser um adicto em recuperação, conheço muito bem a trajetória evolutiva da dependência química em questão. Já mudei de religião, realizei tratamento psicológico e psiquiátrico externo, recaí diversas vezes, fiquei tempos sem a substância, internei em hospitais psiquiátricos, passei pelo processo de tratamento de overdose e fiquei internado em clínica de recuperação longe de casa.
Enfim, foram vários processos envolvendo a minha pessoa e a dependência química. É literalmente como se eu estivesse acorrentado à doença na minha tragetória da vida e quando menos espero, quando achava que as correntes estavam apenas aos meus pés, já estava com todos os membros acorrentados novamente e vivendo a insanidade que o looping de uso me ofertava.
Achei interessante fazer essa breve referência porque passei pelo processo de overdose, mas em outra substância (cocaína). Contudo, apesar das substâncias serem diferentes, o princípio do comportamento pré uso, é o mesmo. Existem várias situações em que o cérebro usa do organismo para pedir a substância. Pode ser através de tremores, ansiedade, raiva, falta de paciência, vitimismo, além de outra infinidade de sensações.
Mas para orientar a premissa básica desta matéria informativa, vamos primeiramente fazer uma introdução sobre o que são opióides e para que são utilizados. Ao longo descobriremos o porquê os opióides podem ser considerados substâncias que têm alto teor de dependência. Citaremos o processo o funcionamento do processo de overdose da substância e algumas das personalidades importantes que acabaram por interromper a sua vida devido ao abuso da mesma. E por fim, como reverter esse processo de overdose.
Antes de adentrarmos no assunto principal desse texto, que é a reversão de overdose em opióides, vamos entender um pouco mais sobre uma planta que é extremamente importante para o uso farmacológico à nível global, e que infelizmente é utilizada como elemento químico narcótico por diversas pessoas. Tal elemento é extraído de uma planta chamada papoula que produz um suco resinoso, que aparentemente lembra o látex de seringueiras, que depois de seco fica com tonalidade amarronzada. Ao ferver esse resíduo seco obtém-se um produto denominado ópio.
Opioides ≠ Opiáceos
Apesar de parecidos e que muitas pessoas, por senso comum acreditam ser a mesma coisa, existe uma grande diferença entre opiáceos e opióides. Essa diferença nem mesmo eu conhecia, e só em pesquisa que pude sair da minha zona de conforto e entender um pouco mais dessa diferença gritante
Opiáceos são produtos extraídos de maneira natural da planta papoula. A Papaver somniferum é famosa justamente por prover a indústria farmacêutica global a codeína (analgésico de via oral popular para dor crônica pós cirúrgica) e uma das substâncias mais famosas, a morfina. Esta, é a responsável normalmente em hospitais, justamente para tratar pacientes com intensas dores. O sulfato de morfina é um agente que é utilizado com cautela por profissionais da área da saúde em pacientes hospitalizados em estado pós-cirúrgico.
Opióides, como citado anteriormente, são substâncias oriundas de processos químicos e sintéticos e com estrutura molecular diferenciada que, todavia apresentam resultados semelhantes aos opiáceos. A substância resultantes é a mais conhecida e, consequentemente uma das drogas mais perigosas, a heroína.
“De um modo geral. todos os opiáceos e opióides são depressores do SNC (Sistema Nervoso Central), ou seja, diminuem o seu funcionamento, produzindo uma hipnose e uma analgesia, mas, estão diretamente relacionados às doses administradas, pois quando utilizadas em doses maiores que a terapêutica poderão deprimir algumas outras regiões cerebrais, como por exemplo, a freqüência cardíaca, a respiração, pressão sangüínea, etc.
Algumas dessas drogas tem efeito farmacológico, quando administradas corretamente, e sob prescrição médica, como é o caso da codeína, muito eficiente como anti-tussígeno (contra a tosse). No caso de uso de substâncias ilícitas ou sem indicação médica flagra-se o que chama-se de abuso, onde o indivíduo estará sujeito à ações indiscriminadas e imprevisíveis da droga.”
(Fonte: Infoescola – Ópio – Por Marlene Amariz – Site: <https://www.infoescola.com/drogas/opio/>)
Todo dependente químico, independente da droga de escolha, passa pelas mesmas etapas até se tornar um usuário frenético. O uso começa como recreativo, passa a ser esporádico e depois de um tempo, ao final torna-se abusivo e pode ocasionar até mesmo risco de morte. Com o ópio é exatamente a mesma coisa, a heroína e a morfina, são drogas extremamente perigosas e que tem uma alta taxa de dependência.
Ademais, a abstinência da heroína é extremamente perigosa e chega a ser letal em casos mais graves, justamente pela droga ter uma atuação extrema no sistema nervoso central. Os sintomas variam de aumento súbito da pressão arterial, vômitos, dores musculares extremas e colapso no sistema nervoso central.
Como a heroína é uma droga que deprime o sistema nervoso central, consequentemente batimentos cardíacos, pulsação e respiração diminuem. Provocando uma baixa oxigenação no organismo e diminuindo a saturação de oxigênio no sangue e que como consequência provoca a perda de consciência. Ao longo, se o socorro não for chamado rapidamente o indivíduo vêm a óbito em minutos.
O socorro para pessoas que precisam da reversão de overdose em opioides segundo o site MSD Manuals é realizar um tratamento para que seja dado suporte às vias respiratórias com o intuito de manter a oxigenação e saturação adequada do sangue. Existe um medicamento chamado Naloxona que também é administrado justamente por ser um antagonista à intoxicação de opióides. Caso nenhum dos métodos citados ajude, a pessoa já hospitalizada, necessita ser entubada.
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