Muitas pessoas sabem ou já ouviram falar o que é a dependência química, mas ainda existem grupos de indivíduos que não compreendem por si como é a dessa dependência e como ela se relaciona com o portador. De antemão precisa-se aprender a identificar quem é o dependente químico.
Entender um pouco da sua história, entender um pouco da sua substância de escolha, para só então poder cruzar informações e então ajudar a pessoa que sofre da doença do comportamento, a adicção e como consequência poder ajudar.
Primeiramente essa relação de amor e ódio da doença é fundamental para podermos compreender como funcionam os comportamentos do dependente químico no meio em que ele está. “Amor pela substância e ódio pela vida.” Já que o dependente químico está voltando seus pensamentos, atitudes, comportamentos, ações em prol a substância escolhida. Essa relação se estabelece quando a pessoa portadora começa, à partir de um uso recreativo e esporádico ao uso abusivo/compulsivo e rotineiro pela substância (droga de escolha). Mentindo, manipulando,diminuindo o relacionamento social e interpessoal, perdendo emprego, desfazendo de coisas de casa, roubando ou até mesmo se prostituindo justamente para conseguir recursos e conseguir manter-se dentro do processo de uso.
Normalmente os pais ou irmãos já percebem consideravelmente a alteração do comportamento e já começam de a vivenciar a experiência de conviver com uma pessoa que sofre da dependência química. Com relação à questão “amigos” fica mais fácil ainda. Pois normalmente o amigo que é próximo, que se torna confidente do dependente. Sendo assim, o dependente pode justificar a família como processo de uso ou de drogadição. Se você já sabe se seu amigo, ou parente é um dependente químico, ótimo! Agora você pode realmente pensar em como ajudar quem sofre da dependência química.
“Como dependente químico há algum tempo, demorei pra perceber que a doença estava instalada. Foi quando minha família tentou me ajudar em 2014 com psicoterapia, psiquiatras e medicamentos. Mesmo assim, eu não cessei o uso porque não achava que o que estavam fazendo iria fazer eu melhorar. Eu ainda acreditava que conseguiria parar sozinho e quando quisesse. E foi aí que eu percebi que estava mais perto da beira do abismo do que imaginava. ” Renan Rugolo Ré
Quando se está em processo de uso constante, compulsivo e frenético, qualquer pessoa ou atitude externa que tente fazer com que o processo de uso pare, é contrária à vontade do dependente. Mesmo que o indivíduo não perceba o quanto esta perdendo na balança da dependência química. Quanto mais perdurar esse processo de uso, mais a pessoa estará perdendo. Não tem como ganhar, sempre vai se perder.
Quando você perceber que seu amigo ou amiga está sofrendo dessa doença, seja mais amigo ainda. Não se afaste, muito pelo contrário, faça uma intervenção. Mostre pra pessoa o quanto você se importa com ela, o quanto ela é bela sem o uso, o quanto ela está se perdendo ou até mesmo está se moldando à algo que não à levará a nada. Mas ao mesmo tempo, coloque uma linha e delimite bem o espaço entre vocês. Demonstre que o caráter, verdade e lei estão acima de tudo. Estabelecer essa linha é importante para você não se tornar um co-dependente desse adicto e que você não compactua com suas atitudes.
Se você conseguiu através de intervenções e conversas ajudar e colocar um cessar fogo no processo de uso contínuo, ampliando os horizontes e criando uma atmosfera de recuperação, parabéns! Mas se mesmo assim você não conseguiu, existem outras maneiras que podem te auxiliar, desde grupos de apoio como instituições. Centros de Assistências Psicossociais “CAPS” podem ajudar nesse processo de auxílio. Conversar com psiquiatras e psicólogos, ou até mesmo pessoas que também compartilharam desse mesmo sofrimento, ajuda. Grupos de apoio como Amor Exigente e Narcóticos Anônimos também podem ajudar. Agora, se nada disso der certo, procure saber sobre o processo de internação. As vezes será a forma mais eficaz de tratamento.
“Não sei o que eu perderia mais se não tivesse sido internado. Pode até parecer ruim à princípio, mas me deu outra chance de viver.”
Renan Rugolo Ré
Adicto em Recuperação
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