A dependência química na adolescência é, sem dúvida alguma, uma das maiores preocupações e desafios que uma família pode enfrentar.
As drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, estão acessíveis para qualquer tipo de pessoa. Independentemente da idade, gênero, raça, classe social, ou qualquer outro fator que se possa imaginar.
Mas a verdade é que elas marcam maior presença entre os mais jovens, principalmente os adolescentes. E essa presença, além de ser massiva, consequentemente é também destrutiva.
Além das consequências negativas que a dependência química traz para os adolescentes, ela também abala toda a família. Sem contar os amigos mais próximos e outras pessoas que, de alguma forma, fazem parte da vida dos jovens.
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID), elaborada pela Organização Mundial de Saúde e utilizada no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a dependência química se enquadra como transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas.
Entre essas substâncias que causam a dependência química podemos classificar algumas, logo a seguir:
Álcool
Opioides (comprimidos)
Canabinoides (maconha)
Sedativos e hipnóticos
Cocaína
Estimulantes diversos, incluindo a cafeína
Alucinógenos
Tabaco
Solventes voláteis
É claro que se um jovem experimentar ou consumir algumas dessas drogas – principalmente as mais “leves”, como o álcool, por exemplo – não irá se tornar um dependente químico de imediato.
Para se diagnosticar a dependência química, é necessário observar alguns sintomas. Veja, a seguir, alguns deles:
Desejo ou compulsão de consumo
Estado de abstinência, quando houve redução ou ausência da substância
Dificuldade em controlar o desejo de consumo
Aumento do consumo, com sinais de que há maior tolerância do organismo às quantidades utilizadas
Abandono de atividades corriqueiras, responsabilidades ou do convívio social
Depois de falarmos um pouco sobre a doença, das substâncias que a causam e dos seus sintomas, vamos te ajudar a lidar com a dependência química na adolescência. Imaginando que você tenha um filho, parente ou alguém próximo nessas condições.
O adolescente em situação de dependência química pode ter dificuldade de compreender a gravidade da situação em que está inserido. A família, nessa situação, precisa atuar como um porto seguro, embora tenha que manter a firmeza nas atitudes.
O primeiro passo é agir de forma respeitosa para com o adolescente. Chamá-lo para conversar, explicar o problema e colocar-se à disposição são ações necessárias em qualquer núcleo familiar.
Não se deve menosprezar a situação. Em casos de dependência, o acompanhamento profissional é primordial. Mesmo quando o dependente manifesta desejo de sair da situação em que está, é necessário compreender que o vício pode ser mais forte do que a razão.
A dependência química é uma doença crônica, portanto, não há cura, mas existe tratamento. Na busca pela recuperação do dependente, é necessária a união de áreas da medicina. Psiquiatras e psicólogos são fundamentais durante todo o processo. Além de outros profissionais da saúde, tanto mental quanto física.
Os medicamentos são úteis para conter o desejo ou a compulsão, além de abrandar os sintomas da abstinência, que podem ser bastante agressivos.
Em alguns casos, a medicação é necessária para a prevenção e alívio de doenças diversas, como a depressão ou transtornos de ansiedade, que também podem ser desencadeados pelo vício.
O psiquiatra trabalha para que o adolescente com dependência química possa compreender as consequências da utilização das substâncias, tanto para a saúde quanto para a vida cotidiana, e consiga superar a ausência da droga.
Algo que a família deve ter em mente, antes de dar início ao tratamento da dependência química na adolescência, é que todos devem participar de alguma forma.
Este é o momento de que a família precisa estar mais unida. Todos devem pensar como se fossem um time de futebol. Se um perde, todos perdem. Se um ganha, todos ganham. O trabalho deve ser em equipe. Amigos e pessoas mais próximos também podem e devem fazer parte dessa equipe.
Com isso, muitos fatores protetivos podem ser revisados para favorecer o desenvolvimento. É uma questão de saúde onde deve ser procurada a abstinência das drogas, mas principalmente pensando na redução de danos.
Assim, para conseguir ajudar o paciente a enfrentar a dependência química é necessário encontrar profissionais capazes que façam um atendimento que comece com o entendimento sobre a sua dependência e como está afetando e prejudicando em diferentes fatores da vida do adolescente.
Com a ajuda no período da abstinência, o paciente será encorajado a um processo de autoconhecimento, procurando novas formas de sentir prazer.
Existem diversas formas de abordar o assunto dependência química na adolescência, pois o uso de drogas por parte do jovem pode ser a consequência de algo muito mais profundo e complexo.
O adolescente dependente químico não deixa de ser uma pessoa e não deve ser excluído da família, assim, é necessário oferecer todo o acolhimento e segurança para começar a conversa.
É fundamental que o jovem que está enfrentando a dependência química procure a ajuda de um profissional. E é sobre isso que nós vamos falar no próximo tópico.
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