O intuito desse artigo, é criar um sentimento reflexivo ao leitor e uma atenção à adolescência e ao consumo de drogas nesta fase do indivíduo. Justamente por ser uma fase de confronto, muitos dois pais que não sabem lidar com esta etapa e acabam inconscientemente se distanciando dos filhos seja por brigas ou até mesmo por não saberem lidar em certas situações. Quando na verdade, deve-se agir na contramão à esse período tão importante de maturação.
A atenção à adolescência e ao consumo de drogas é algo imprescindível, ainda mais quando se envolvem substâncias químicas nocivas ao organismo nesse período tão importante de maturação e desenvolvimento do massa cefálica.
Sendo assim reunimos as informações atuais para que pais, que estão em dúvidas em como conversar com seus filhos sobre um tema banalizado mas de extrema importância e relevância, entendam esse processo e aproximem-se de seus filhos. Expondo ao leitor a importância desse processo de conscientização sobre droga-dicção e como atuar caso o filho adolescente esteja envolvido no processo de uso compulsivo e obsessivo da substância química.
A adolescência é a fase de desenvolvimento humano que se inicia no período pós juventude e começa depois da fase da puberdade. Não é novidade que nesse período muitos processos estão envolvidos, desde mudanças físicas no corpo masculino e feminino quanto químicas cerebrais. Segundo pesquisas realizadas pela Universidade Vanderbielt (EUA) onde testes realizados em aparelhos de tumografia computadorizada em 3D ao decorrer de 10 anos, descobriram que é justamente no período da adolescência que o cérebro começa a fazer mudanças em diversas áreas externas para posteriormente maturar o córtex pré-frontal e no sistema de recompensa. Portanto nessa realização de processos químicos sináptico e neurológicos, aliado a produção e aumento de hormônios, fazem com que se inicie a maturação cerebral.
O aumento dessas sinapses ocorrem na gravidez e vão até os seis meses de idade. Contudo na adolescência , esse quadro muda. A massa cinzenta externa do cérebro começa o processo de maturação, aumentando esse nível de sinapses substancialmente para depois enfim, cessar. Como resultado desse processo, tornar o cérebro do indivíduo em um cérebro adulto.
Portanto, interromper esse processo com substâncias químicas que modifiquem essa transcrição natural de desenvolvimento, é algo muito perigoso para o indivíduo. Já que além de realizar processos externos , existe um pico sináptico na área do córtex pré-frontal e concomitantemente uma atuação sináptica no sistema de recompensa do cérebro. É como se o adolescente, necessitasse de muito mais prazer nesta fase para poder aumentar as sinapses e como consequência maturar o cérebro. Porém, realizar estes processos com estímulos químicos como substância psicoativas, teriam consequências drásticas. Podendo até causar mudanças irreversíveis no processo de maturação cerebral, ou até mesmo trazendo como resultado o aparecimento de comorbidades ou doenças psicossomáticas prematuras.
É na sede por dopamina e outros hormónios do prazer, que o adolescente não dá a devida importância da incitação ao álcool e consequentemente a droga-dicção. Não se observam os prejuízos mas apenas prevalecem os desejos. Atualmente existe uma cultura onde há naturalidade do processo de consumo bebidas alcoólicas nesta fase. Onde o legal é beber, e ser careta, não se é questão de ser um jovem popular. “Toma isso aqui, vai ter fazer esquecer” ; “Bora tomar umas e curtir” apesar de soar natural pois vemos com muita frequência em filmes e séries, é prejudicial.
Em um artigo de Chloé Pinheiro publicado pela revista Veja no ano de 2019, confirma que o apesar do Brasil ter um consumo de álcool deduzido em 11% dentre os anos de 2010 à 2016 – devido à lei seca e a Lei nº 13.106/2015 que por sua vez tornar crime vender bebidas alcoólicas para menores – uma triste estatística vem na contramão dessas deduções. O aumento de BPE (Beber Pesado Epsódico), que é quando se tem porre ocasional, e é consideravelmente ruim para o organismo, aumentou entre a população jovem de 12 à 15 anos e a população idosa, acima de 60 anos. Índice contrário ao medido e deduzido pela OMS neste mesmo período, ou seja, estamos na contramão.
Quando se trata de substâncias psicoativas como o cigarro, cigarro de maconha, cocaína e crack ou até mesmo medicações que atuam na área de recompensa estimulando processos químicos do cérebro, os malefícios são exponencialmente prejudiciais e as vezes os prejuízos decorrentes, irreversíveis. Pois justamente é na fase da adolescência que o jovem acaba por ter uma necessidade de níveis elevados de dopamina, diretamente envolvida na questão do sentir prazer, para o desenvolvimento e processo de maturação do cérebro. Portanto, imagine inundar o cérebro com altas doses de dopamina através de estímulos externos. É como encurtar o caminho da dependência química e a desenvoltura recorrente de comportamentos adictivos, sendo eles compulsão e a obsessão.
Como a cocaína e o crack são drogas com alta teor de necessidade e recorrência de uso, o organismo tem como algo natural a tolerância sobre certas substâncias, ou seja. A necessidade de recorrer a substância em quantidades maiores e com mais frequência. E é justamente aí que se sujeitam a acontecer os processos de overdose e aparição de comorbidades como paranóia, TAG’s (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e a Bipolaridade. (Resumo do Artigo : do site Psicologando)
Com relação ao uso de maconha por adolescentes, normalmente o THC (tetrahidrocanabinol) substância que está relacionado ao princípio ativo da maconha , pode estar envolvida em processos como perda de memória ao curto e longo prazo, perda de coordenação, deficiência de aprendizado, e em casos mais graves o desenvolvimento de esquizofrenia em um processo irreversível.
A atenção à adolescência e ao consumo de drogas é primordial para que haja uma conscientização do jovem e juntamente à família envolvida nesse processo. Sendo assim, falar sobre um assunto que aparentemente não tem importância para o adolescente e quebrar o taboo de que as drogas são ruins é algo de extrema relevância. Sendo assim, porque que algo ilícito que é tão ruim, que estraga tantas vidas, e que faz mal a quem consome, está atualmente com uma demanda superior e como jamais visto? (Matéria publicada pelo jornal o Globo.)
É aí que entram as questões de políticas públicas e projetos de conscientização sobre drogas e álcool. Normalmente tem que se dialogar e deixar às claras que as drogas, trazem a sensação de prazer, ou seja, são teoricamente “boas”, somente por atuarem no sistema de recompensa e produzirem momentaneamente essa sensação. Mas as consequências aos envolvidos no processo de droga-adicção são extremamente dolorozas e as vezes irreversíveis.
Por fim, há a necessidade de que pais estejam envolvidos e atentos aos comportamentos dos seus filhos, para que não generalizem esses comportamentos de distanciamento social e rebeldia apenas à fase denominada adolescência. Ou seja, compreender e ter um relacionamento saudável e aberto com o jovem, além de abrir portas para enfrentamento de situações já instaladas, podem previnir que o processo de dependência do álcool e drogas se instalem nesta fase. Como resultado, além da proximidade e vínculo familiar estabelecido pela confiança, uma adolescente saudável e com isso concomitantemente um sadio.
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