A maioria das pessoas não entendem como se procede o tratamento dentro de clínicas de recuperação ou até mesmo hospitais psiquiátricos. Esse artigo tem como o principal objetivo fazer com que o leitor tenha uma visão ampla da dependência química e aprimore a relação entre si e o ente querido amigo. Não partindo só do pressuposto emoção, mas sim trazendo um pensamento mais racional sobre a situação em que ambos se envolvem.
Se perceber bem, e fizer uma concreta observação dos comportamentos adictivos e do distanciamento social do ente/amigo, fica mais fácil ajudar. Retirar o sentimento de culpa que frequentemente é presente entre as pessoas que querem ajudar, favorece o entendimento da doença de forma mais simples e ajuda em como proceder de maneira rápida e eficaz no auxílio do tratamento da dependência química. De maneira à salvar a pessoa que sofre dessa doença progressiva, incurável e fatal.
Imagina só que você tem um grande amigo, e que ambos dividem apartamento. E o que era normal começa a se tornar diferente. Antigamente vocês jantavam juntos, conversavam sobre o dia, assistiam à um filme e descansavam. Uma amizade gostosa e sadia, mas de repente, tudo muda. Ele não chega mais nos mesmos horários, não dá satisfação, não liga pra você. Começa a se isolar e de repente vocês apenas moram no mesmo apartamento, mas sequer conversam mais. Tudo se alterou de uma forma tão abrupta que quando se deram conta, em questão de poucas semanas, de amigos se tornaram à meros conhecidos.
É exatamente assim que aos poucos a doença do comportamento adictivo começa a se manifestar. Pouco a pouco, esta vai consumindo a pessoa ao menos sem que ela se dê conta. Mas as pessoas que estão ao redor, sejam amigos ou sejam familiares, acabam sentindo essa mudança do comportamento. O isolamento social do seu ente querido ou de seu amigo, começa a ser algo notório e recorrente. A pessoa adicta ou dependente química, começa a mudar seus hábitos em prol ao vício seja ele qual for (lícito ou ilícito). O foco muda, essa é a triste realidade. Manter o uso, à qualquer custo se torna a meta do adicto.
Não é fácil ver uma pessoa que amamos se enfiando cada vez mais em um buraco que não tem volta. Alertar, conversar, fazer intervenções, falar com mais firmeza, brigar, chegar até mesmo em casos mais extremos à agredir-lo(a). Mas infelizmente todas as tentativas acabaram indo em vão. É como se a pessoa desafiasse o seu amor, como se não confiasse em você. Desde atitudes mais simples como uma conversa e até brigas, fossem simplesmente descartadas. E não há como compreender o que esta acontecendo com esse ente ou amigo tão querido. Convencionalmente há sempre um questionamento: “Meu Deus, o que eu fiz de errado?” ou até mesmo “Será que ele(a) está percebendo o que está fazendo consigo mesmo(a)?”
Dependendo da substância, o grau de afinidade aumenta e consequentemente a proteção do uso também. Não é uma questão de não ser amado(a) pelo dependente químico, ou que ele não tenha consideração por você, ou que o problema é você. Mas imagine a seguinte situação. O dependente químico ou adicto em questão está usando a substância como uma apoio, como uma fuga de algo. Seja de responsabilidades; escola; trabalho; amigos; familiares; de qualquer sentimento/emoção que gere desconforto. E como resultado, a recorrência do uso, quantas vezes necessária para forçar o esquecimento desse incômodo emocional ou físico. E você está tentando cessar esse processo de uso, ou seja, tirando a sua fuga.
Existe uma atmosfera que o dependente químico cria em relação ao ambiente em que ele convive. Ele não só altera a maneira como as pessoas se relacionam com ele, mas a maneira de como elas agirão com ele. Manipular as pessoas envolvidas neste processo de tentativa de cessar o uso é muito comum. Então existem atitudes simples e que são muito mais que intervenções, são atitudes de amor, que salvarão a vida do seu amigo, ou ente querido.
Independentemente do vício, descobrir o tipo de substância é muito importante para começar o início do tratamento. Existem substâncias que fazem com que o dependente químico ou adicto recorra diversas vezes ao uso de forma abusiva sem ao menos pensar em futuras consequências pra sua saúde física e psicológica, e concomitantemente para o seu lar. Se você já descobriu quais subhttps://acheaquiclinicas.com.br/stâncias são essas, que bom, já é o primeiro passo. Procure entender, procure dividir com um profissional da saúde, seja ele um psiquiatra ou um psicólogo. Ambos normalmente tem opinões profissionais e o ajudarão em ter uma visão mais racional da doença e como você deve proceder.
Tente fazer uma intervenção amigável, converse, coloque as cartas na mesa. Faça com que ele se sinta à vontade, de uma maneira que não precise suprir suas emoções, e através disso, troquem informações. Consequentemente leve-o à um profissional da saúde (psicólogos/psiquiatras), seja em unidades “CAPS” ou unidades de sua escolha. Se você, dando o devido apoio, falhar, existe uma solução mais drástica mas extremamente eficaz, o processo de institucionalização, ou internação em clínicas de recuperação. E para a sua tranquilidade, vamos explicar os tratamentos dentro de clínicas de recuperação
O intuito das maiorias das clínicas de recuperação e hospitais psiquiátricos é resgatar a pessoa antes do processo do uso, com o objetivo de trazer responsabilidades e prepará-la para sua saída. Quando se é internado, desde o primeiro dia é necessário já estabelecer rotinas e criar meios de fazer com que o paciente tenha uma alta taxa de adesão ao tratamento. É criando um apoio psicológico e concomitantemente medicamentoso aliado a criação de responsabilidades sejam elas ocupacionais (Terapias Ocupacionais e Laborterapia) ou a prática de atividades físicas. Justamente com o intuito de liberar as mesmas substâncias envolvidas na questão drogadição, dentro do sistema de recompensa do cérebro.
Além do mais, o tratamento dentro de clínicas de recuperação consistem em, atividades em rodas de conversas assistidas por profissionais da saúde, como por exemplo grupos de apoio como narcóticos anônimos (N.A) e amor exigente (A.E), também são fundamentais e ajudam ao adicto em questão expor seus sentimentos sem que necessariamente seja esperado um julgamento. Muitas vezes essas instituições chegam a realizar programas e visita à hospitais e instituições para justamente já oferecer apoio ao pacientes.
Por fim, internar um amigo ou parente, não é algo fácil. Envolve questões de enfrentamento pessoal. É um passo que só você pode dar e que vai muito além de apenas ajudar, às vezes, se está salvando uma vida. Portanto não veja esse processo como algo ruim, quebre seus próprios taboo’s, faça o que é certo. Os resultados posteriores, você não vai se arrepender. Pense que a sua parte, você fez.
“Se eu não tivesse me internado em 2016, eu não estaria aqui hoje. Já não sabia mais o que era certo e o que era errado. Não conseguia sequer saber o quanto eu era amado! E foi a clínica que me ajudou a entender que por mais difícil e acirrado que o tratamento seja, e que se eu escolher viver em recuperação, eu vou vencer!”
Renan Rugolo Ré
Autor : Renan Rugolo Ré
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