Quando pensamos em internação em instituições, por conveniência, pensamos sempre na internação involuntária e na voluntária, entretanto a prática da internação compulsória em clínicas de reabilitação é mais alta do que se imagina.
O tratamento voluntário em instituições de recuperação é o melhor tipo de tratamento que se pode realizar. Justamente porque as instituições não necessariamente precisam seguir um padrão rigoroso de delimitação do espaço. Já que o tratamento é voluntário, as clínicas podem ser abertas. Lembrando chácaras, sítios ou até mesmo fazendas.
Em contrapartida, as clínicas de tratamento da dependência química que aceitam pacientes que são internadas involuntariamente já necessitam de delimitação bem estabelecidas. Justamente porque assumem a permanência do dependente lá e se responsabilizam pelo tipo de tratamento.
Agora quando o assunto é tratamento compulsório, aí a seriedade é bem mais precisa. Quando alguém é institucionalizado de maneira compulsória em uma instituição, quem dá a ordem de internação é um juiz, ou seja, o cumprimento do tratamento não é uma alternativa e sim uma obrigação para com a lei.
Sendo assim, se o dependente descumprir o tratamento compulsório pode sofrer as consequências legais, o mesmo vale para a instituição que o “perder”. A penalização acontece por ambas as partes. Outro fator importante é que muitas pessoas não sabem que existem clínicas especializadas em tratamento compulsório de dependentes químicos e alcoólatras.
Por isso o Ache Aqui Clínicas em parceria com as Clínicas Restituindo Sonhos e Ache Clínica de Recuperação, desenvolveram esse artigo com o intuito de informar que por mais que seja burocrática a internação compulsória, ela existe em detrimento quando tratamento se faz necessário e o paciente não tem capacidade mental ou física de aderí-lo
Além do mais, visto do âmbito de saúde mental e do ponto jurídico a necessidade de salvar a vida do paciente com o intuito de protegê-lo e proteger demais pessoas, a internação compulsória também é uma ótima forma de tratamento.
Normalmente as clínicas que aderem à internação compulsória são instituições bem estruturadas e que necessitam ter os perímetros bem delimitados para justamente fazer com que o paciente cumpra a internação. Sendo assim a mesma tem a obrigação para com a lei de reabilitar o usuário.
Normalmente, apesar de serem chamados de clínicas, os hospitais psiquiátricos de grande porte oferecem e estão preparados para auxiliar pacientes que são institucionalizados compulsoriamente. Grandes muros, câmeras de segurança, equipe altamente treinada e especializada na contenção de pacientes internos se faz necessária.
Como concorrência, existem pequenas clínicas – em comparação com o porte dos hospitais – que também oferecem os mesmos serviços de recuperação. Com suas próprias infra estruturas que atendam à esse tipo de solicitação
Por conta disso, os juízes ao permitirem a institucionalização compulsória, designam o paciente para uma instituição que atenda a esse tipo de internação de maneira que atenda alguns requisitos de tratamento e que a família tenha condições de pagar. Quando não há condições de realizar o pagamento, o mesmo encaminha para uma instituição do estado em uma data pré-estabelecida.
Entretanto vale ressaltar que, uma vez feito o pedido e aprovado pelo um juiz, a prática do procedimento de internação se torna uma obrigação legal, e qualquer alteração no modo do tratamento, as autoridades médicas e legais devem ser informadas.
É um método importante de salvar vidas, a prática da internação compulsória em clínicas de reabilitação ajuda muitas pessoas. Há familiares de dependentes de crack que não conseguem realizar o tratamento, mesmo que involuntário destes pacientes, e acabam por recorrer a um processo compulsório.
Sendo assim, as instituições têm o total aval legal de facilitar o tratamento, e caso não seja feito por parte do paciente, é necessário mudar a perspectiva, mas continua-se dentro da mesma. Ou seja, pacientes que não aceitam o tratamento, fogem, causam intrigas para poder sair da instituição, vão ter que se adaptar de qualquer forma ao tratamento.
Como autor, já há um tempo destes artigos neste BLOG, e por estar dentro de algumas instituições como paciente, posso afirmar que a prática da internação compulsória em clínicas de reabilitação ajudou muitas pessoas que deram entradas nestas instituições de maneira totalmente contra o tratamento, e ao finalizá-lo, saíram transformadas.
Presenciei em duas, das três que eu passei, internações involuntárias. Algo que eu notei, foi a maneira como as mesmas abordaram o tratamento. Todas as vezes que me internei, eu estava ciente que eu necessitava do mesmo para poder dar continuidade em minha vida, se eu não o fizesse, não sobreviveria.
Entretanto, presenciei pessoas que mesmo com a mesma doença que eu tinha, não se consideravam doentes ou ao mesmo tempo sequer tinham ideia que necessitavam de internação.
Pessoas que tiveram 2 overdoses, que bateram o carro, que fizeram um estrago e provocaram um desgaste familiar muito maior que o meu, e que ao menos se consideram dependentes. Indivíduos que já tinham sido expulsos do tratamento involuntário, ao final do tratamento compulsório se viram agradecidos pelo mesmo.
Quando se está em processo de uso, quem usa a droga não é você! É a droga que te usa. Perder o controle e viver em busca da próxima dose, de como arranjar dinheiro para poder conseguir mais uma e mais outra, faz com que sonhos, perspectivas, e conquistas desçam pelo ralo.
Entretanto dar o primeiro passo, para que pessoas que estejam em uma situação grave de drogadição consigam um tratamento adequado, se faz necessário independentemente da forma e tipo de tratamento. Para poder pensar com a cabeça, precisa tirar a droga da mesma, e para realizar isso, precisa parar de usar.
Sendo assim, as instituições fazem um trabalho incrível quando se trata de recuperar um dependente químico. Elas o recuperam de dentro pra fora e de maneira a fazer com que se estabeleça um parâmetro de pensamento, o de viver limpo.
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